RITA VELOSA - ESCRITORA BRASILEIRA 
ALGUMAS CRÔNICAS DA AUTORA
ALGUMAS CRÔNICAS DA AUTORA

                                                Terráqueo                                 

 

                Proponho:

                Livre comércio no planeta, sem barreiras ,taxas ou tributos alfandegários, sem quotas e restrições, sem subsídios ou proteções. Uma só moeda terráquea , o “Bio” ; nada de Dólar, Euro ,Marco , Libra ou Real! Caso venhamos a negociar com outros planetas, os Ets exigiriam, com certeza, uma moeda única e não essa balbúrdia de moedas atual...

            Uma só nacionalidade: Terráqueo! -livre trânsito para todos, nada de vistos ou de “greencards”.Liberdade total de locomoção e trabalho.

            Uma só língua oficial , a  terráquea , e quantas extra-oficiais quisessem.

            Nenhuma Religião oficial, e quantas extra-oficiais fossem desejadas. E que cada um pudesse escolher, seu lugar, seu grupo, sua religião, sua língua, sua cultura, suas filosofias, suas ideologias, suas idiossincrasias. 

            Um só hino oficial planetário: o Danúbio Azul de Strauss, por exemplo...

            Uma só bandeira: a Terráquea, com o desenho do sistema solar com a Terra em destaque, - apenas  uma sugestão -.

            Um só tribunal planetário: o Supremo Tribunal Terráqueo. Um só código de leis universais: a Constituição Terráquea, para resolver o que os códigos e tribunais locais não resolvessem. Uma lei Maior para proteger os direitos humanos, e os direitos ecológicos do planeta.

             Uma poupança planetária conjunta para atender necessidades locais, assim como a fome, epidemias, catástrofes, etc.

            Um  governo Central: o Conselho Terráqueo , composto por todos os Chefes de Estado , - mesmo se fossem Reis, Ditadores, ou o que quer que seu povo tivesse escolhido - que supervisionaria o desempenho dos mesmos em questões de interesse planetário.

            Um só poderio militar: a Força de Paz Terráquea: para garantir as negociações pacíficas, para garantir a preservação da biodiversidade, da pureza do ar, da terra e do mar, para garantir as idiossincrasias locais, as culturas locais, o livre arbítrio e a soberania dos povos, bem como a segurança e soberania do planeta Terra .  Armas, só para nossos guerreiros interestelares, para nos defender de possíveis agressores de outros planetas ou sistemas solares ou de outras galáxias e para manter a paz na Terra

            Uma grande reserva internacional sagrada: a Amazônia - um solo  intocável, reservado aos povos nativos e aos cientistas, biólogos, pesquisadores da fauna e da flora , que a transformariam definitivamente no que já é: uma incubadora de vida, uma disseminadora de vida, uma usina de vida, para sempre!

             PS: - Não somos donos da Terra! Somos inquilinos. Ela é que nos possui! Pode se cansar de nós e, a qualquer momento, num ato impensado e instintivo de auto-preservação , de repente, decretar nossa extinção por abusos e maus-tratos cometidos.  

 

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 Mercadores da Guerra                                

 

           Já na Bíblia está escrito: “paz na Terra aos homens de boa vontade”. Portanto a paz é uma meta política a ser atingida pela vontade do homem.

       Grandes personagens da história humana, como Jesus Cristo - no Oriente Médio -, Martin Luther King - na América -, John Lennon - na Europa -, Madre Teresa de Calcutá e Mahatma Gandhi-na Índia –, Nelson Mandella –na África –e Chico Xavier –no Brasil -, sabiam disso e lutaram com palavras e atos de boa vontade para conseguirem seu objetivo em longo prazo: a paz.

       Para alcançá-la, Jesus confrontou o Mal em todas as suas versões. Madre Tereza lutou contra a fome, a miséria e a injustiça social. John Lennon combateu os preconceitos e os tabus. Martin Luther King e Nelson Mandela enfrentaram a segregação racial. Chico Xavier consolou as mágoas e minimizou as revoltas de brasileiros diante de perdas aparentemente irreparáveis. E Mahatma Gandhi derrubou o imperialismo e o colonialismo inglês na Índia.

         Alguns deles foram cobrados para que assumissem a liderança bélica de seus povos e se recusaram porque acreditavam que a paz imposta pela força não é a verdadeira paz. Todos eles sabiam que a paz verdadeira é uma idéia, uma filosofia de vida que deve ser pacientemente semeada nos corações e mentes. A paz se constrói com palavras e atitudes de boa vontade, com liberdade, com justiça social e com respeito e tolerância pelas diferenças e idiossincrasias humanas.

           Lutar pela paz é defender a autodeterminação dos povos, o ecumenismo religioso e a tolerância inter-racial.

          As armas da paz, no combate à guerra, são a extinção da fome, da miséria, do desemprego, das injustiças sociais, dos preconceitos e do abandono intelectual.

         Na verdade, as superpotências, com suas poderosas indústrias armamentistas, não têm interesse na paz. Produzindo armamentos e vendendo para países pobres, geram receitas astronômicas. O que se vê, são essas superpotências primeiramente armando países como Israel, Irã, Iraque e Afeganistão, por exemplo, e em seguida fomentando a guerra nos mesmos. Isso gera emprego e receita. É altamente lucrativo. Para justificar tal atitude, geralmente manipulam conceitos tais como democracia, liberdade religiosa, direitos humanos e se arvoram em “salvadores das Pátrias”.

         Esses povos envolvidos nesses conflitos poderiam ter enxergado com antecedência aonde os levariam suas atitudes políticas de descaso por tais valores. Se assim tivessem agido, não teriam aberto as brechas que deram caminho para as interferências das grandes potências mundiais.

      Quem não cuida de seu povo e dos seus problemas crônicos, acaba transformando sua terra em mercado a ser explorado por, entre outros oportunistas, mercadores da guerra.

      Lutemos, portanto, pela paz cuidando primeiramente de nossa casa, de nossas favelas, de nossos parques nacionais, de nossas crianças abandonadas, de nossos jovens sem perspectivas de emprego, de nossa Justiça injusta, de nossa Saúde precária, de nossa Educação insuficiente “antes que outros aventureiros o façam”.

                                                                 

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          MACRO OU MICRO?                                                               

 

Não sei onde vou chegar com tudo isso. Mas, com certeza concluirei com: não existe nada mais pavoroso e maravilhoso do que a vida humana! Pavoroso, por que já vem com prazo de validade; e, maravilhoso, porque traz consigo o sonho de todo ser humano: a eternidade.

Se fomos criados á imagem e semelhança de Deus, então não vejo o porquê de não podemos ser eternos também. Lógico seria pensar que fomos criados para vivermos eternamente, assim como ele. Mas daí, poderíamos nos perguntar: Deus é eterno? O universo é eterno?

O ser humano desenvolveu a teoria do “big-bang”, ou seja, da explosão inicial que criou o universo. Mas, se houve um “big-bang”, quem, ou o quê o provocou?

Então já havia outro  agente anterior ao  “big-bang”! E isso, que hoje conhecemos como Universo, seria talvez, um microcosmo, dentro de outro, dentro de outro, dentro de outro... chamado, talvez, Infinito?

Para nós, presos a conceitos de tempo,  espaço e matéria, fica realmente impossível entendermos  o que seja Deus, Universo ou Infinito.

Pensei nessas coisas enquanto olhava para uma formiguinha, subindo pela parede da sala. Ela não tinha nenhuma consciência de que estava subindo, pois para ela a dimensão do espaço era outra. Se eu tentasse subir por aquela parede, certamente me esborracharia. Ela também não tinha consciência de minha presença, devido ao meu tamanho em relação a ela. Eu era seu macrocosmo e ela meu microcosmo.

Então pensei: os cientistas dizem que o Universo está se expandindo ainda mais ;e que irá se contrair e finalmente formar uma nova massa crítica ,que provocará um novo “big-bang”, que criará novos mundos com vidas neles. Bem, meus conhecimentos de Física e de Matemática , rudimentares, me impedem de calcular a quantidade de tempo que seria necessária para que isso acontecesse. Aliás, duvido que alguém já tenha conseguido fazer esse cálculo com um mínimo de credibilidade.

Então, só nos resta a imaginação. E então vi o nosso planeta Terra como um glóbulo na corrente sangüínea de um ser macrocósmico e o Universo em expansão e contração, como um pulsar de um coração humano. Esse pulsar do Universo seria semelhante ao nosso.

          Pensei nos buracos negros como veias e artérias, que conduziriam a nós e  aos nossos mundos para ,simplesmente, outros órgãos ou sistemas. Assim, poderíamos perfeitamente sermos  partes do corpo de quem chamamos de Deus.

Mas nós, seres humanos, seríamos microrganismos que desobedeceram ao comando central (pecado original,-a historinha da maça-) e que com isso perdemos a eternidade e a saúde, nos tornando um tipo de organismo com prazo de extinção e que por isso mesmo ,só consegue permanecer vivo através da reprodução ,com o nascimento de novos indivíduos. Nisso vejo também uma fórmula bastante semelhante à do Universo como um todo. Ele também se renova, em outra escala de tempo para permanecer eterno através dos big-bangs.  

           Teríamos o mesmo mecanismo de eternização, para o macro e para o micro?

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